E se fosse a vida quem cria o universo, e consequentemente este não existisse sem a nossa consciência? Assim, em vez de assumir que a realidade precede e cria a vida, o Biocentrismo propõe exactamente o inverso.
À medida que nos desfazemos de preconceitos, a nossa percepção e relação com o mundo mudam drasticamente. Vivíamos num disco mais ou menos plano no século XV até, coisa sem sentido, nos dizerem que afinal a terra é uma pedra redondinha. Do mesmo modo, as explicações da física tradicional sobre a génese do Universo confrontam-nos agora com as experiências e as descobertas no mundo da física quântica, renovando dúvidas e levantando novas incertezas; obrigam a mudanças de interpretação que colocam em causa a nossa própria representação da realidade.
Com o seu ensaio "Nova Teoria do Universo", o cientista Robert Lanza coloca-nos de repente perante perspectivas radicalmente diferentes: limitações biológicas nos impedem de compreender verdades mais profundas da nossa existência e do mundo que nos rodeia, bem como a nossa própria consciência cria a realidade. A ideia coincide com as observações quânticas em que os resultados dependem da própria observação. Como escreveu Eugene Wigner, laureado com o prémio Nobel: "Não é possível formular as leis da teoria quântica de um modo absolutamente consistente sem referencia a uma consciência". Em 2010, conjuntamente com Leonard Mlodinow, o Stephen Hawking colocou o problema nos seguintes termos: " Não há forma de retirar o observador -nós- da nossa percepção do mundo...na física clássica, o passado é assumido existir como uma série de acontecimentos. Mas de acordo com a física quântica, o passado, como o futuro, é indefinido e existe apenas como um espectro de possibilidades.
A teoria do Biocentrismo refere sete princípios:
1 A nossa percepção da realidade é um processo que envolve a consciência. Uma realidade "externa" se existisse, teria, por definição, que existir no espaço. Mas isto não tem qualquer significado porque espaço e tempo não são realidades absolutas, senão meras ferramentas do humano e cérebro animal.
2 As nossas percepções internas e externas estão inextricavelmente entrelaçadas. São diferentes lados de uma mesma moeda e não se podem divorciar uma da outra.
3 O comportamento das partículas sub-atómicas, de facto de todas as partículas e objectos, está inextricavelmente ligado à presença de um observador. Sem a presença consciente do observador, as partículas existem, no melhor dos casos, apenas no estado indeterminado de probabilidade de onda.
4 Sem consciência a matéria permanece num indeterminado estado de probabilidade. Qualquer universo que poderia ter precedido a consciência apenas existiu em estado de probabilidade.
5 A estrutura do universo só pode ser explicada através do Biocentrismo.O universo está sintonizado com a vida, o que faz sentido, porque a vida cria o universo e não o contrário. O universo é simplesmente o conjunto lógico espaço-temporal do Eu.
6 O tempo não tem real existência fora da percepção do sentido-animal. É o processo pelo qual perceptimos mudanças no universo.
7 O espaço, como o tempo, não é um objecto ou uma coisa. O espaço é uma outra forma de compreensão animal, e não uma realidade independente. Carregamos o espaço-tempo como tartarugas as suas carapaças. Portanto não há nenhuma matriz existindo por si própria na qual ocorram acontecimentos independentes da vida.
Pensando no tempo pensamos imediatamente na sua natureza perversa, quando as pessoas envelhecem e morrem, pensamos ainda nas coisas que vão mudando.Mas esses acontecimentos, essas mudanças não são a mesma coisa que "tempo". Referindo à questão colocada por Hawking e Mlodinow, Robert Lanza responde que "a peça em falta somos nós, encontra-se em nós. A imortalidade não significa perpetual -linear- existência no tempo, reside simplesmente fora do tempo. A vida é uma viagem que transcende o nosso pensamento clássico".
Como diria Einstein, a distinção entre passado, presente e futuro é apenas uma teimosa e persistente ilusão.
À medida que nos desfazemos de preconceitos, a nossa percepção e relação com o mundo mudam drasticamente. Vivíamos num disco mais ou menos plano no século XV até, coisa sem sentido, nos dizerem que afinal a terra é uma pedra redondinha. Do mesmo modo, as explicações da física tradicional sobre a génese do Universo confrontam-nos agora com as experiências e as descobertas no mundo da física quântica, renovando dúvidas e levantando novas incertezas; obrigam a mudanças de interpretação que colocam em causa a nossa própria representação da realidade.
Com o seu ensaio "Nova Teoria do Universo", o cientista Robert Lanza coloca-nos de repente perante perspectivas radicalmente diferentes: limitações biológicas nos impedem de compreender verdades mais profundas da nossa existência e do mundo que nos rodeia, bem como a nossa própria consciência cria a realidade. A ideia coincide com as observações quânticas em que os resultados dependem da própria observação. Como escreveu Eugene Wigner, laureado com o prémio Nobel: "Não é possível formular as leis da teoria quântica de um modo absolutamente consistente sem referencia a uma consciência". Em 2010, conjuntamente com Leonard Mlodinow, o Stephen Hawking colocou o problema nos seguintes termos: " Não há forma de retirar o observador -nós- da nossa percepção do mundo...na física clássica, o passado é assumido existir como uma série de acontecimentos. Mas de acordo com a física quântica, o passado, como o futuro, é indefinido e existe apenas como um espectro de possibilidades.
A teoria do Biocentrismo refere sete princípios:
1 A nossa percepção da realidade é um processo que envolve a consciência. Uma realidade "externa" se existisse, teria, por definição, que existir no espaço. Mas isto não tem qualquer significado porque espaço e tempo não são realidades absolutas, senão meras ferramentas do humano e cérebro animal.
2 As nossas percepções internas e externas estão inextricavelmente entrelaçadas. São diferentes lados de uma mesma moeda e não se podem divorciar uma da outra.
3 O comportamento das partículas sub-atómicas, de facto de todas as partículas e objectos, está inextricavelmente ligado à presença de um observador. Sem a presença consciente do observador, as partículas existem, no melhor dos casos, apenas no estado indeterminado de probabilidade de onda.
4 Sem consciência a matéria permanece num indeterminado estado de probabilidade. Qualquer universo que poderia ter precedido a consciência apenas existiu em estado de probabilidade.
5 A estrutura do universo só pode ser explicada através do Biocentrismo.O universo está sintonizado com a vida, o que faz sentido, porque a vida cria o universo e não o contrário. O universo é simplesmente o conjunto lógico espaço-temporal do Eu.
6 O tempo não tem real existência fora da percepção do sentido-animal. É o processo pelo qual perceptimos mudanças no universo.
7 O espaço, como o tempo, não é um objecto ou uma coisa. O espaço é uma outra forma de compreensão animal, e não uma realidade independente. Carregamos o espaço-tempo como tartarugas as suas carapaças. Portanto não há nenhuma matriz existindo por si própria na qual ocorram acontecimentos independentes da vida.
Pensando no tempo pensamos imediatamente na sua natureza perversa, quando as pessoas envelhecem e morrem, pensamos ainda nas coisas que vão mudando.Mas esses acontecimentos, essas mudanças não são a mesma coisa que "tempo". Referindo à questão colocada por Hawking e Mlodinow, Robert Lanza responde que "a peça em falta somos nós, encontra-se em nós. A imortalidade não significa perpetual -linear- existência no tempo, reside simplesmente fora do tempo. A vida é uma viagem que transcende o nosso pensamento clássico".
Como diria Einstein, a distinção entre passado, presente e futuro é apenas uma teimosa e persistente ilusão.