sexta-feira, 9 de março de 2012

Humor sim, Guerra não

Segundo relatório ao Cuidado de FeMi-GueLix, Alto Sacerdote das Letras e Estados Espirituais Avançados.

Caro GueLix,

No cumprimento das tuas instruções comecei a promover o humor junto aos habitantes da Terra, como meio de travar os seus ímpetos guerreiros. Tentei inculcar a ideia nos mais jovens, pois a influencia destes, nos mais velhos, me pareceu essencial.

 Devo te informar que o nosso treinamento na pronunciação das línguas Terrestres continua a sofrer algumas deficiências; assim, quando lhes disse "make laugh, not war" eles perceberam "make love not war". Em desespero de causa , desloquei-me para outro continente onde apregoei: "Faites l'humour, pas la guerre". Estes interpretaram "faites l'amour, pas la guerre". Numa última tentativa, noutra região, lhes disse: "hagan el humor, no la guerra". Imagina que eles entenderam "hagan el amor, no la guerra". A termo, receio ser responsabilizado pela sobrepopulação do planeta.

 Felizmente há aqui um pequeno território, chamado "Alentejo", onde me perceberam apesar da pronúncia; agora queixam-se da baixa natalidade na região. Mas fazem-no com humor!

 Abreviando, entre risos e anedotas, consegui uma reunião com um ministro da guerra, (aqui dizem da defesa, porque não há ministros do ataque) que por sua vez me marcou entrevista com outro,...enfim, encurtando uma história longa, estes receiam que outros territórios desenvolvam um ustensilio tão inútil como um que eles próprios já possuem: a "bomba atômica". Trata-se de um engenho absolutamente inútil porque se um dos campos o usar, o inimigo riposta, toda a gente morre, e ninguém ganha a guerra. Um imbróglio sem nome, imagina!

Não te querendo cansar com pormenores, passo ao essencial: consegui convencer alguns altos responsáveis militares que o humor podia se transformar num instrumento poderoso. Em pouco tempo formaram brigadas e batalhões encarregados de inventar histórias malucas como acessório contra os outros. Também imaginas, suponho, que em seguida me reuni com os outros, os inimigos destes, e acabei convencendo-os que se estes estavam desenvolvendo o humor para os combater, melhor seria se fizessem o mesmo; e consegui!

O único problema é de ordem logístico: Todos os grandes especialistas provêm do Alentejo onde ambas facções os recrutam a peso de ouro. Devido á baixa natalidade nessa região, pelas razões que enunciei anteriormente, tomei outra iniciativa: publicitei aos alentejanos que deviam fazer "amor e não a guerra"; passaram a fazer humor e amor em simultâneo; gente trabalhadora! Prevê-se um incremento importante de pequenos grandes peritos nos próximos nove meses.

O teatro de guerra ganhará atores de...teatro! Neste preciso momento afinam-se histórias e anedotas em ambos os campos, enquanto equipas de investigadores preocupam-se em desenvolver antidotos contra o riso, conscientes que a arma final capaz de derrotar uma explosão atômica, será...
...uma explosão de alegria.

Também aqui mando uma "resposta terráquea" à minha presença no planeta deles. Pela ocasião  inventaram um novo gênero musical chamado "chá-chá-chá."


Como sempre aguardo os teus conselhos e comentários.

Teu

Fis-TaSo

Sem comentários:

Enviar um comentário